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Nossa forma particular de ser feliz

"Liberdade na vida é ter alguém pra se prender."
(Fabrício Carpinejar)


Talvez o escritor, poeta e artista multimídia Fabrício Carpinejar tenha, com esse paradoxo genial, encontrado o que é sua fórmula de felicidade. Não há dúvidas, receita para felicidade não existe, porque só o tempo e nossas experiências felizes (ou não) é que vão nos indicando tudo aquilo com o que nos identificamos; o que gostamos, o que nos dá prazer, o que nos faz pessoas melhores, o que nos dá paz de espírito e serenidade.
Mas nessa busca, vamos tateando aqui e li, andando meio no escuro, errando, acertando, vencendo barreiras. E só vemos que estamos num processo de amadurecimento, quando nos deparamos com alguma adversidade. Nesses momentos, quando temos os amigos e a família ao nosso lado para nos apoiar é sempre bom, mas nunca é garantia de que superaremos os problemas, porque somos seres solitários, individualidades caminhando, buscando nossa identidade que tende a se modificar conforme vamos adquirindo novos conhecimentos a respeito do que somos e do melhor caminho a seguir.
Encontrar a felicidade é compreender que aquilo que é bom para um não é bom para o outro, e que nunca seremos felizes se desejarmos o que está fora de nós e não for realmente nosso desejo mais íntimo. Infelizmente estamos vivendo num mundo em que as pessoas sentem a necessidade de seguir caminhos percorridos por outras pessoas.
Desejam o que outros desejam. Compram o que outros compram. Viajam para onde outros viajam. Vivem da forma que veem outras pessoas viverem e acham que é o jeito que devem viver. Não param e não pensam se é aquele o seu real desejo. Parecem não se perguntar o que querem realmente para si.
O sociólogo Zigmunt Bauman conta que a vida de Sócrates, filósofo grego, é considerada por muitos filósofos contemporâneos a vida ideal, e que todos deveriam viver como ele. E o sociólogo se questiona se realmente seria a vida perfeita. Isso porque Sócrates considerava que o segredo de sua felicidade era ele próprio ter criado a vida que viveu.
Com isso, Bauman quer dizer que, para cada ser humano há um mundo perfeito especialmente para si, mas as pessoas não compreendem isso. E caminham sem encontrar esse modo de viver que cada um possui. Então, buscam de forma errada, sem encontrar tudo aquilo com que poderiam se identificar.
O sociólogo afirma que, "uma vida minimamente digna e feliz demanda duas coisas essenciais: a liberdade e a segurança". No entanto, dosar liberdade e segurança, para ele, é a grande dificuldade que o ser humano encontra, e dificilmente encontrará.
Não há como ter segurança sem se sentir melancolicamente sem liberdade. E ter liberdade faz o ser humano sentir falta de um estado de conforto, de estabilidade e de confiança encontrada naquele meio em que é conhecido e que sabe o que pode esperar dos outros.
Vivemos com pessoas diferentes de nós, com sonhos, anseios, desejos, temperamentos e sentimentos também diferentes. Tivemos diferentes formas de educação e diferentes oportunidades em nossa formação, mas é nessa interação com o outro diferente de nós - como nós dele -, que podemos manter nossa individualidade, e também buscarmos, nessa configuração, a oportunidade de novo conhecimento sobre o outro e, consequentemente, sobre nós mesmos.
É na convivência que somos testados a fim de tirar um aprendizado, ora sobre nosso egoísmo, ora sobre nossas carências e entendermos que podemos, sem nos isolar, e como diz Carpinejar, tendo aqueles nos quais seja bom e saudável "nos prender", e descobrirmos boas oportunidades de encontrar a nossa particular forma de ser feliz. Talvez até seja aquele mundo perfeito que há especialmente feito para nós... Quem sabe?

Rita Ribeiro

Comentários

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