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Mostrando postagens de setembro, 2010

O olhar que surpreende

Em alguns posts meus aqui do blog já falei sobre a dificuldade que as pessoas têm em olhar, ver e se encantar com a beleza que se encontra nas pequenas coisas do nosso dia a dia. Na correria não vemos "um pássaro bonito num fio do poste" , comentário de uma leitora em um desses posts, pois ela também tinha percebido que, mesmo num dia agitado e diante de tanta correria, havia espaço e tempo (acreditem!) para olhar e ver o que surpreende e nos maravilha, o que nos traz um pequeno momento de felicidade que só nós sabemos como é, só nós o vivenciamos. É um momento único * . Muitos podem ver uma árvore florindo e não ver nada de bonito. Isso é muito comum. Hoje em dia, para muitas pessoas, tudo o que é material passou a ser mais importante na vida e, dessa forma, observar pássaros, árvores, nuvens e o céu parece algo banal, bobagem, perda de tempo. E não é. Lendo o artigo de Betty Milan na revista Veja desta semana, intitulado "O gosto da surpresa"* , encontrei

O mundo é vasto [Danuza Leão]

É muito difícil encontrar nosso caminho, o certo - se é que ele existe. O que você pretende ser quando crescer? Sinceramente: alguém, em sã consciência, pode, aos 15, ter a certeza de que pretende passar a vida no pregão da Bolsa de Valores ou abrir um restaurante chinês? As coisas vão acontecendo, as ocasiões se apresentando e, como dizem os gaúchos, é preciso estar atento para montar o cavalo quando ele passar encilhado. E, se olhar para trás, vai reconhecer que talvez ele tenha passado várias vezes - só que você não percebeu.  Na vida pessoal/afetiva é a mesma coisa. Quantas vezes não aconteceu de aparecer alguém com quem você poderia ter vivido uma bela história, mas que não foi nem considerado na época, porque seu coração batia mais forte quando o outro chegava; aquele, aliás, que quase nunca chegava e um dia te largou por outra.  É duro chorar pelo que não se fez e pela pior das cegueiras: a cegueira mental.  É maravilhoso saber o que se quer e trabalhar com persever

Religião e espiritualidade

Há tempos tenho vontade de comentar um artigo de Rubem Alves em que ele conta ter recebido, via e-mail, um texto de um pastor que defendia os jogadores do time do Santos, quando foram levar ovos de páscoa para uma instituição de crianças com paralisia cerebral, mas que, pelo noticiado à época, alguns jogadores teriam se negado a sair do ônibus, por ser uma a instituição espírita.  Como Rubem Alves diz, não se sabe bem como tudo aconteceu ( escrevo o que me contaram) , mas que a análise do pastor que havia recebido deveria ser usada para uma reflexão: "Usem o texto para pensar" . E concordo com ele, é isso mesmo que deve ser feito.  Diz o pastor Ed René Kivitz , (cristão, pastor evangélico e santista desde pequenininho ) , que "o mundo religioso é mestre em fazer a cabeça das pessoas", e por isso traça para o leitor um paralelo que faz sobre a religião e a espiritualidade. Acredita ele que o "Cristianismo implica a superação da religião. A relig

Você é capaz de perdoar?

Eu amo tudo que foi Tudo o que já não é, A dor que já me não dói, (...) O que deixou alegria / Só porque foi, e voou E hoje é já outro dia." (Fernando Pessoa) Todos sabemos que é necessário perdoar o que nos é feito ou dito, o que nos magoa ou o que nos faz mal. Porém, ter consciência disso e conseguir fazê-lo já é outra coisa. E mais difícil. Existem pessoas que dizem "eu perdoo, mas não esqueço" e são convictas de que desta forma estão mesmo perdoando. No entanto, perdoar é esquecer* . É nem lembrar mais o mal feito a nós, as tristezas causadas, a dor deixada. E se a lembrança ainda existir, que pelo menos não cause mais dor.  Só mesmo quando isso tudo já não mais nos afeta é que podemos dizer, verdadeiramente, que perdoamos. Bom mesmo é não guardarmos rancor, tentar não cultivar esse sentimento ruim que é a mágoa, principalmente, porque quem magoa, muitas vezes nem lembra mais que nos magoou e pode até estar muito bem, sem nem lembrar o que fe