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Mostrando postagens de julho, 2011

O otimismo necessário

Nesta semana vi uma matéria do caderno Equilíbrio , da Folha de São Paulo, intitulada "O otimista quebra a cara" . Isso me chamou a atenção; curiosa e otimista que sou, fui ler. Tratava a matéria do estudo de uma neurocientista israelense chamada Tati Sharot , cujas pesquisas tentam demonstrar que certas atitudes esperançosas, muito incentivadas pela cultura atual, podem levar as pessoas a enormes erros de cálculo e, por serem otimistas demais, não fazerem exames médicos, não pouparem dinheiro ou não usarem filtro solar, por exemplo. Em seu estudo, mostra ela que entre os 80% dos voluntários, cujas atividades foram registradas e observadas, a maioria pensa que o futuro será melhor. Pois é.... Que coisa boa!... Não, não para ela. Para ela, essas pessoas, ao imaginarem que o futuro será melhor, não pensam que podem ter um câncer, que podem perder o emprego, que podem se divorciar ou que não viverão tanto quanto imaginam. Que horror isso!... A neurocientista estuda

Sabedoria

Se alguém perguntar se sua vida foi, até agora, um sucesso ou um fracasso, o que você vai responder? Detalhe: dinheiro não tem nada a ver, ser famosa e ter aparecido em capas de revista também não. Então o que é ter tido uma vida de sucesso? Bem, depende de cada um. Todos nós já ouvimos, da boca de uma mulher modesta, a frase "criei meus filhos, estão todos encaminhados, posso me considerar realizada". E quem nunca ouviu, de pessoas que aparentemente têm tudo - por tudo entenda-se família, saúde, dinheiro, amor, mesmo que não seja verdadeiro, e não necessariamente nessa ordem -, mas vivem eternamente infelizes, tentando, inutilmente, entender o significado da vida? Temos todos - quase todos - excelentes razões para achar que nossa vida foi gloriosa ou um vale de lágrimas. Você, por exemplo, já deve ter passado por ótimos e por péssimos momentos; quais ficaram na sua cabeça, ou melhor, no seu coração? Os melhores ou os piores? É difícil fazer essa avaliação; às vez

Afeto não é peça de museu

Já escrevi aqui neste blog sobre o apego que temos pelos nossos objetos pessoais, outros nem tão pessoais, e os que nunca o foram. São as nossas roupas, sapatos, livros, enfim, todo tipo de objeto que compramos ou ganhamos, que muito nos serviram, mas que caíram em desuso um dia. E por caírem em desuso, acabamos guardando e nos esquecendo deles por muito tempo no fundo de uma gaveta. Gostamos muito daquela blusa e nem por isso a usamos mais, mas também não nos desfazemos dela ou do livro, excelente, que também não relemos e se amontoa junto a outros tantos... Bom, estes são só alguns exemplos de nossa dificuldade em darmos outra finalidade ao que temos. Eu não conseguia me desfazer facilmente de minhas roupas. Sempre achava que voltaria a usá-las e não as dava mesmo. Guardava. Comecei a mudar de ideia, quando mudei da casa de meus pais, que era grande, para meu apartamento, que é pequeno. Desfazer-me de muita coisa foi imprescindível. E fui aprendendo que tudo que fica guard

Desistindo de sonhos

Gostei muito de dois artigos* do psicanalista e escritor Contardo Calligaris sobre o que ocorre quando desistimos de nossos sonhos. No primeiro artigo ele dedicou-se a analisar a vida de Gil Pender , personagem do filme "Meia-noite em Paris" , dirigido por Wood Allen. Conta ele sobre o sonho que o personagem tem de escrever um romance, e não mais roteiros dos quais não gosta, mas com os quais ganha dinheiro. No entanto o que o leva a esse conflito é sua renúncia a fim de agradar a noiva que ama. Tratar da desistência de sonhos, que é algo comum na vida das pessoas, rendeu ao articulista muitas cartas de leitores que em algum momento da vida também desistiram de seus sonhos. Levantaram questões para o escritor como, por exemplo, "se desistir não é apenas o efeito de um conflito?" , “se desistir dos sonhos não significa viver em frustração?" ou se ele mesmo "nunca desprezou seu próprio desejo?", o que o fez escrever novo artigo. E as c