Comenta Betty Milan, em sua coluna da Revista Veja desta semana, o caso de um homem que passou toda sua vida tentando agradar a todos com quem conviveu: filhos, mulher, chefe, amigos, todos. Desejava ser aceito e aprovado sempre. Diz ele ter "pavor de ser reprovado" e, com essa história toda chegou à conclusão de que assim agia para ser adorado e sentir-se superior, ou seja, por puro egoísmo.
Sempre pensei que quem assim age o faz por carência afetiva, agrada-se a todos, satisfaz-se o desejo do outro em detrimento do seu, pois o que se necessita é de aceitação, por medo de sofrimento pela rejeição. De certa forma, somos meio moldados já pela educação para sermos bem aceitos em sociedade, nos relacionamentos afetivos, pelos amigos ou no trabalho, para podermos conviver bem. É claro que, tal comportamento passa a ser patológico, quando o que se faz pelo outro é em detrimento de si mesmo.
Nunca pensei, no entanto, que esse tipo de comportamento pudesse indicar egoísmo representado pela necessidade de se parecer infalível, perfeito diante dos olhos dos outros. Por que será tão difícil para algumas pessoas simplesmente agirem de acordo com o que são sem a preocupação com os outros? Talvez porque todos passemos por julgamentos, além de as pessoas constantemente terem expectativas a respeito de nós. Acredito que todos nós carregamos, em maior ou menor grau de intensidade, essa característica em nossa personalidade. E se por medo da rejeição ou egoísmo, não sei.
Somos todos seres imperfeitos, aprendendo com a vida, com nossos erros constantes. Aliás, é para isso, e só isso, que os erros nos servem. Sabemos muito pouco de nós e das motivações que nos levam a agir da forma que agimos. E não existem respostas definitivas para nós e nossas vidas. Só a partir de uma reflexão mais profunda é que poderíamos nos conhecer verdadeiramente, e então entender o porquê de nossas ações.
Quem gosta de nós, quem nos admira e nos aceita, realmente o faz pelo que somos, com nossas qualidades e nossos defeitos, como também fazemos com aqueles de quem gostamos. Não precisamos ser mais nem menos. Como entendermos, aceitarmos e acreditarmos nisso é um outro problema. Somos o que somos e nossa tendência é o crescimento. Isso está em nós, isso é lei da vida.
Aliás, estamos todos juntos nessa viagem da vida. E que viagem!
Comento mais a frase do João Cabral de Melo Neto que ilustra seu perfil do blogue. É meu conterrâneo de Pernambuco e que escreveu a obra" Vida e Morte Severina" que lí e tenho aqui em casa. Vou te seguir daqui por diante.Bom Natal a você e a seus familiares,Rita.
ResponderExcluirSiga em frente ! Antonio Luiz Gomes,residente em Goiânia,Goiás.