Tenho lido diversos textos escritos
por mulheres e para as
mulheres com o objetivo de dar conselhos àquelas que já sofreram (ou
sofrem) por causa de um homem, um marido ou um namorado, dizendo a elas
que, se traídas ou desiludidas, que "chute o pau da barraca", que
"ponha uma roupa nova", "vá pra balada", "mande o ex pro inferno", entre
outros e intermináveis conselhos raivosos e vingativos que diminuem as
mulheres. É claro que exagero nas palavras, mas é algo bem parecido.
Resumem tudo a "pagar na mesma moeda".
E,
estes mesmos textos tem muitas e muitas leitoras que vão deixar seus
comentários "puxa, senti isso!", "disse tudo!" perfeito!" criando uma
catarse.
O título deste meu
post não quer dizer que eu defenda os homens canalhas, traidores, que
fizeram algum mal à sua mulher ou namorada.
Defendo
outro homem, aquele que também sofreu com uma mulher que o deixou desiludido. Ele também sofre porque uma
mulher brincou com os sentimentos dele. Sim, porque não é privilégio do
homem fazer sofrer. Relacionamentos não se resumem a isso.
Sabemos que existem as mulheres ciumentas que também fazem da vida deles um inferno; as que nunca confiam; aquelas que elegem outras prioridades na vida dela; as que traem. Enfim, todos erram, homens ou mulheres.
Sabemos que existem as mulheres ciumentas que também fazem da vida deles um inferno; as que nunca confiam; aquelas que elegem outras prioridades na vida dela; as que traem. Enfim, todos erram, homens ou mulheres.
Também
sou testemunha de amigos meus que pensam assim, numeram casos de "ex", e
de mulheres que, atualmente, não querem um relacionamento sério.
Certa vez, uma colega de faculdade ficou brava com a irmã mais nova, porque ela queria namorar sério, estava apaixonada. Mas a irmã [minha colega] insistia que ela precisava conhecer outros caras, pois era muito cedo para um namoro sério e dizia "Você precisa curtir mais a vida".
Certa vez, uma colega de faculdade ficou brava com a irmã mais nova, porque ela queria namorar sério, estava apaixonada. Mas a irmã [minha colega] insistia que ela precisava conhecer outros caras, pois era muito cedo para um namoro sério e dizia "Você precisa curtir mais a vida".
Mas, por quê? Ela era só uma adolescente, e queria passar pela experiência. A decisão dela precisaria ser pautada
pelas experiências da irmã mais velha?
E fico pensando que as mulheres hoje parecem mesmo não querer se prender a ninguém.
E fico pensando que as mulheres hoje parecem mesmo não querer se prender a ninguém.
É
claro que ficar presa a um relacionamento, para dizer que está com
alguém não pode mesmo dar certo, mas deixar de vivenciar experiências
com alguém com quem se tem afeto por medo, por querer curtir a vida,
porque é melhor ter vários e não se prender a ninguém; isso já é negar a
si mesma ser feliz, por que nada "tem de ser".
Isso é deixar-se levar pelas ideias e experiências dos outros; e que não serão, necessariamente, o que se vai viver. Não é pensar por si mesma nem saber sentir de verdade.
E, afinal, o que querem mesmo as mulheres? Se viver com um parceiro que não é legal é frustrante, por que não tomar atitude? Deixe o cara, e vá viver sem ele. Quantas vezes não vemos mulheres que sofrem com o namorado ou marido; choram e se descabelam e nada fazem?
Isso é deixar-se levar pelas ideias e experiências dos outros; e que não serão, necessariamente, o que se vai viver. Não é pensar por si mesma nem saber sentir de verdade.
E, afinal, o que querem mesmo as mulheres? Se viver com um parceiro que não é legal é frustrante, por que não tomar atitude? Deixe o cara, e vá viver sem ele. Quantas vezes não vemos mulheres que sofrem com o namorado ou marido; choram e se descabelam e nada fazem?
O problema é
que para tomar atitude é preciso ter coragem. É abrir mão da zona de
conforto, do relacionamento de tempos, é ter que partir ou
deixar partir, e ficar só.
Ficar só assusta. Ser independente dá trabalho, é difícil.
Todos
têm medo do desconhecido, é claro, mas também é muito bom mudar, pois a
vida realmente passa a ser de si mesmo, estando ou não com alguém ao
seu lado.
E de quantas coisas não é preciso abrir mão para isso?
No
caso de um namoro, romper é tocar sozinha e tentar ser feliz, fazer um
curso, ler mais, malhar; mas com o objetivo de fazer a vida ser melhor
e, quem sabe, talvez, um cara apareça. Se não aparecer, tanto faz, não
deve ser o que mais importa nesses momentos.
Se
o rompimento significa o fim de um casamento, é muito mais difícil,
porque implica em romper laços de famílias que se juntaram; ter que
deixar uma estrutura familiar mais definida, principalmente se há
filhos.
Isso significa ter
que trabalhar fora, ou trabalhar mais, ter que batalhar para sustentar, sozinha,
os filhos e uma casa. A vida se torna mais complicada, no entanto, se o que
se vivia a dois era um sofrimento, talvez seja necessária essa coragem.
Então,
como é difícil tomar uma atitude ou mudar a perspectiva do que seria
melhor para si mesma, procura-se alguém em quem colocar a culpa. Assim,
os homens não prestam, e as mulheres não querem mais nada. Bem mais
fácil tornar-se vítima.
Falo em defesa dos homens, mas também em defesa das próprias mulheres, porque vivemos em uma época muito diferente da dos nossos pais e avós em que nem se poderia pensar em uma separação.
Falo em defesa dos homens, mas também em defesa das próprias mulheres, porque vivemos em uma época muito diferente da dos nossos pais e avós em que nem se poderia pensar em uma separação.
A mulher, hoje,
pode ser mais independente, têm profissão, trabalham fora, tomam
decisões, são chefes, estudam, tem conhecimento, e podem descobrir e
decidir pelo que pode lhes fazer mais felizes.
Tomar atitude faz com que mulheres (e homens também!) vejam que, a partir de uma experiência ruim, é possível recomeçar, reconstruir-se, e compreender como é bom viver por si mesmo, com ou sem alguém ao lado. Dependendo do caso, pode ser bastante libertador até. Talvez o homem não entenda ainda essa mulher.
Tomar atitude faz com que mulheres (e homens também!) vejam que, a partir de uma experiência ruim, é possível recomeçar, reconstruir-se, e compreender como é bom viver por si mesmo, com ou sem alguém ao lado. Dependendo do caso, pode ser bastante libertador até. Talvez o homem não entenda ainda essa mulher.
E
por mais difícil que seja mudar; por mais longo que seja esse caminho,
tanto mais gratificante serão essas conquistas. E o sentimento de
segurança e confiança em si mesmo será muito maior.
Então, em vez de as mulheres se colocarem no papel de vítima (e os homens também!), seria melhor verem a possibilidade das mudanças mesmo que tragam riscos e a necessidade de se repensar as próprias posturas; pois todos podem errar, tanto homens, quanto mulheres. E que se pare de generalizar tanto sobre como são as mulheres e com são os homens.
Então, em vez de as mulheres se colocarem no papel de vítima (e os homens também!), seria melhor verem a possibilidade das mudanças mesmo que tragam riscos e a necessidade de se repensar as próprias posturas; pois todos podem errar, tanto homens, quanto mulheres. E que se pare de generalizar tanto sobre como são as mulheres e com são os homens.
Que
queiram, realmente, ser outras, melhores, e não vingativas, raivosas ou
vítimas da vida. As escolhas são nossas e a responsabilidade pelas
consequências também.
Rita Ribeiro
[Sob Licença Creative Commons]