Alegres e jovens demais
Sem saber/
Como era doce viver
Viver /
Doce viver"
(Nelson Motta)
Na semana do dia das crianças, no mês passado, andei pensando em escrever algo sobre esse período tão importante para nós, pela formação que temos nesse início de vida, pela educação que recebemos e pelo aura lúdica e ingênua que o período carrega. Eu observava uma foto minha, em que deveria ter uns quatro anos, no máximo, e pensava: "Nossa! Você aí nem tem ideia do que é uma vida inteira que lhe aguarda..."
E se formos pensar bem, quando somos crianças não temos preocupações e, se temos, é tomar banho, não deixar a mãe e o pai bravos, não puxar o rabo do gato, não brigar com o irmãozinho nem com ninguém. Ufa! Depois, frequentando a escola, nossos maiores problemas passavam a ser as lições, os professores, os colegas chatinhos; mas também tinha o intervalo, as amiguinhas e amiguinhos legais, o lanche que comíamos e a correria. Aliás, por que criança corre tanto?
Bom... Talvez comparar nossos problemas na adolescência e maturidade com os da infância não seja correto, pois diria alguém que ainda estamos em formação e, assim sendo, nossos problemas seriam proporcionais ao grau de dificuldade encontrados naquela idade. Vemos com os olhos de adultos que somos. Mas mesmo assim, quando maduros a carga de dificuldades e problemas parece ser muito mais pesada e também exigir muito mais de nós, de nossas forças, de nossas experiências vividas desde lá, sim, desde a infância.
Tudo o que vivemos, tudo o que lemos e estudamos, todo nosso trabalho, nossa profissão, tudo isso nos dá uma enorme bagagem, a fim de superar problemas. A vida é isso, gradativamente vamos vivendo e experimentando, descobrindo, errando e acertando. O importante é termos em mente que não sofremos nem temos dificuldades a vida toda, como às vezes nos parece. Um dia voltamos a sorrir.
No entanto, precisamos confessar que era bom, quando éramos crianças, como também era bom ter festinhas e doces e correria, presentes, Natal, Papai Noel - aquele que chega e nunca o encontramos, ah! mas ele deixa presentes! É, e nessa nossa fase tínhamos além dos presentes, desenhos na TV e brincávamos de boneca ou carrinho, brincávamos e corríamos, pega-pega, esconde-esconde. É, e olhando lá pra trás, percebemos que isso é memória, lembrança, alegria. Será também nostalgia? Pode ser, porque essa criança ainda está dentro de nós, só que a esquecemos.
Ainda temos imaginação e fantasias, e como! Ainda podemos ser lúdicos, ingênuos e alegres. E ainda amar a natureza que nos cerca, mesmo num dia de chuva. Talvez redescobrir essa criança que ainda somos seja a forma de tornar a vida mais leve, feliz e serena. Podemos brincar com o cachorro, fazer folia, soltar pipa num domingo, andar de bicicleta e correr, correr bastante e respirar, inspirar e expirar, encher o peito de ar e soltar - que bom! E assim sentir como vale a pena viver e ser feliz... apesar de tudo, tudo, tudo!
Rita Ribeiro
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