Sua fidelidade é incomparável
E me perdoa por não ter razão
A minha culpa de estimação"
(Cazuza)
Por que sentimos culpa? Sim, todos nós sentimos certa culpa em determindados momentos da vida. Sentimos culpa como se tivéssemos fazendo algo errado ou deixando de fazer, sem poder. Ou, pelo menos, é isso que sentimos: uma certa cobrança vinda dos outros ou de nós mesmos.
Talvez seja certa herança da religião que acabou permeando nossa educação. Sim, temos sido educados há muito tempo temendo sempre algo que nem sabemos bem o quê.
E vamos vivendo e sofrendo com ela, pois sentimos culpa da forma que menos imaginamos.
Talvez seja certa herança da religião que acabou permeando nossa educação. Sim, temos sido educados há muito tempo temendo sempre algo que nem sabemos bem o quê.
E vamos vivendo e sofrendo com ela, pois sentimos culpa da forma que menos imaginamos.
A mulher, por exemplo, que resolve ter uma carreira, e casar mais tarde, e também ter filhos mais tarde, quando vê está sentindo culpa, pois o tempo vai passando. E quando resolve ter filho, sente culpa, pois como conciliar a carreira e o filho que virá? Por outro lado, se prefere casar, ter seus filhos, cuidar da família, acaba se culpando por não ter investido em sua independência financeira e profissional.
A sociedade, a família, as pessoas à nossa volta, todos, de alguma forma, contribuem para esse sentimento. Se não estamos bem, sentimos culpa, porque deveríamos estar bem. É o que esperam de nós. Se estamos felizes, sentimos culpa; porque muitas pessoas sofrem. Se ganhamos dinheiro, se somos felizes ou se ficamos tristes. Sentimos culpa...
Nunca relaxamos, e nos tornamos seres ansiosos, porque sabemos e sentimos que esperam algo de nós sempre. Porque é preciso casar, ter filhos e ficar rico. E por quê? Por que precisamos estar felizes sempre? Ficar triste de vez em quando é o natural. Estamos certos, se somos e fazemos tudo o que esperam de nós; se queremos preencher as expectativas do outro sempre? Não, pois isso é impossível.
É claro, que nós também somos o outro que cobra e imprime culpa e, talvez, nem percebamos. E, dessa forma, vamos alimentando um círculo vicioso, deixando de ser quem somos, não respeitando nosso jeito de ser, bem como desses de quem gostamos e que gostam de nós também.
E não seremos menos queridos, se deixarmos de satisfazer as expectativas alheias. Portanto, dosemos melhor esse sentimento em nós de forma que ele não nos sufoque, mas, ao contrário, nos deixe relaxar e curtir a vida, caminhar e respirar sempre, sem sentimento algum de culpa por não estarmos correndo, sempre correndo, sem nem saber por quê.
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