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O otimismo necessário

Nesta semana vi uma matéria do caderno Equilíbrio, da Folha de São Paulo, intitulada "O otimista quebra a cara". Isso me chamou a atenção; curiosa e otimista que sou, fui ler. Tratava a matéria do estudo de uma neurocientista israelense chamada Tati Sharot, cujas pesquisas tentam demonstrar que certas atitudes esperançosas, muito incentivadas pela cultura atual, podem levar as pessoas a enormes erros de cálculo e, por serem otimistas demais, não fazerem exames médicos, não pouparem dinheiro ou não usarem filtro solar, por exemplo.
Em seu estudo, mostra ela que entre os 80% dos voluntários, cujas atividades foram registradas e observadas, a maioria pensa que o futuro será melhor. Pois é.... Que coisa boa!... Não, não para ela. Para ela, essas pessoas, ao imaginarem que o futuro será melhor, não pensam que podem ter um câncer, que podem perder o emprego, que podem se divorciar ou que não viverão tanto quanto imaginam. Que horror isso!... A neurocientista estuda o lado "dark" dos pensamentos positivos, como diz a matéria. Fui lendo e pensando no que vejo nas pessoas ao meu redor.
Quem não pensa em si mesmo e no seu bem, não age assim por ser um otimista. Age, sim, com irresponsabilidade e negligência, atitudes que não precisam necessariamente estar ligadas ao otimismo ou ao fato de a pessoa ter pensamentos positivos em relação à vida. Alguns profissionais defendem que boa dose de pessimismo faz com que as pessoas sejam menos alienadas e mais realistas.
De acordo com o médico Paulo de Tarso Lima, para uma pessoa em tratamento de câncer um pouco de pessimismo é fundamental. O pessimismo, aqui, está ligado à percepção correta da realidade. Da mesma forma que o otimismo também não pode ser uma fuga da realidade como mecanismo de defesa contra um possível sofrimento. Segundo especialistas, temos o pessimismo e o otimismo dentro de nós e estamos sempre os alternando. Já para o pesquisador Martin Seligman, o "otimismo é fundamental". "É como uma vacina contra problemas emocionais. Mesmo com o risco de alienação, prefiro o otimismo em excesso que o pessimismo." 
E fico pensando que há pouco tempo se falava na importância da fé para a cura, e como acreditar em cura sem otimismo, sem ter pensamentos positivos? Hoje, vemos muitas pessoas deprimidas ou com o medo tomando conta de suas ações. Ou, ainda, preocupadas demais com o futuro e com a necessidade de ter mais e mais bens materiais. Elas deixam de viver ou viver bem e felizes o dia de hoje. Estão sempre estressadas, ansiosas e infelizes, tendo problemas ou não. Acho que falta às pessoas ver o mundo de forma mais positiva e o sensato é ser mesmo otimista, sem com isso deixar de ser realista.
O neurocientista e professor da UFERJ, Roberto Lert diz que o otimismo "é uma forma que a espécie encontrou para seguir em frente, enfrentar o presente e fazer a vida correr." E a terapeuta Dulce Critelli continua: "o homem não vive em função do que foi ou já fez, mas do que pode ser", "atravessamos a rua em busca de algo que não temos".
É... E eu concordo com isso. Temos de ir em frente. E se o que queremos é crescer, progredir, sermos pessoas melhores, felizes e realizadas, precisamos de otimismo e pensamentos positivos para passar pelos obstáculos do caminho e, consequentemente, ter mais confiança, coragem e persistência. Assim teremos mais certeza de alcançar nossos objetivos. Se não todos, muitos deles. Ou mesmo alguns, que seja!

Rita Ribeiro
[Sob Licença Creative Commons - Leia e respeite os direitos autorais]

"O otimista quebra a cara", matéria publicada no Caderno Equilíbrio, do Jornal Folha de São Paulo, de 12/07/2011

Comentários

  1. Olá querida!

    Li e gostei do blog!
    Colocarei um link lá no uma enorme contradição, O.K?

    GRANDE ABRAÇO!!!!

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