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A 'molécula do amor'


Na revista Veja desta semana li artigo intitulado "A substância do amor". A matéria descreve como funciona a oxitocina, substância responsável pelos vínculos afetivos entre as pessoas.
O amor da mãe, além do fator cultural, está envolvido com um funcionamento bioquímico do cérebro. Sim, esta substância atua no cérebro de forma que os laços de afeto e carinho entre mãe e bebê se fortaleçam para o cuidado e proteção que o filho necessita. A partir do momento em que mãe vê seu bebê, seu cérebro se inunda de oxitocina e maior ainda é a quantidade, quando há o contato físico. "Com os avanços do estudo da neuroquímica (sim, já falei disso aqui!) e dos progressos dos exames de imagem, capazes de flagrar o cérebro em pleno funcionamento", hoje é possível saber que a oxitocina é responsável não só pelo vínculo de afeto entre mãe e filhos, mas entre amigos, namorados, amantes, enfim, nos relacionamentos em que o afeto liga as pessoas. 
A tal mágica que ficamos imaginando existir, quando sentimos algo especial por alguém, hoje pode ser visualizada e comprovada sua existência. E nem por isso deixa de ser algo tão mágico, pois passa a nos mostrar quão interessante é o funcionamento de nosso organismo em momentos tão especiais - os momentos de amor -, seja materno, romântico, de amizade, enfim, momentos de puro afeto.
Em meu post É possível ser feliz sozinho?, citei artigos lidos que mostram todo o processo que ocorre em nosso cérebro desde a atração física, inclusive o momento posterior, em que substâncias são liberadas para ligar aqueles que se atraíram sexualmente. Aí entra a oxitocina - "a molécula do amor". "Produzida pelo hipotálamo, a molécula da oxitocina ativa as áreas relacionadas à afetividade, ajudando a estabelecer e fortalecer os vínculos de afeição. É responsável, ainda, pela produção da dopamina", e isso quer dizer que quanto maior a produção de oxitocina, maior será a vontade de se repetir uma experiência prazerosa com alguém de quem se gosta.
No caso do sexo, os estudos mostram que após o beijo e também após o orgasmo é grande a produção da substância liberada pelo cérebro, o que favorece a conexão emocional entre os parceiros. Sendo assim, "biologicamente, não existe sexo 100% sem compromisso". Portanto, estamos sempre correndo o risco de nos apaixonar, mesmo que não seja nossa intenção nos envolver. 
E com todas estas descobertas, a oxitocina já vem sendo estudada como componente de medicamentos que possam atuar nos casos em que haja problema no desejo sexual, e ainda que possa "ser usada em crianças portadoras de autismo, transtorno que compromete a afetividade e as relações". 
E eu fico aqui, pensando como é maravilhosa essa química do amor, esse funcionamento de nosso cérebro que o homem vem descobrindo. No entanto, o mais importante é saber que podemos, independente de todas as descobertas, sempre dar vazão a esse sentimento tão bom que é o amor, o afeto, o querer bem a todos aqueles com quem nos relacionamos e temos tantas afinidades, sejam nossos pais, nossos amigos, familiares, namorados, maridos ou aqueles que ainda não conhecemos, mas que ainda conheceremos. Enfim, que sempre haja em nós essa química do amor.


*A substância do amor, Veja, 19-05-2010
*Amor - Início, Meio e Fim, Superinteressante, maio/2010
*A química da paixão, Emoção e Inteligência - Superinteressante Especial, Edição 8

Comentários

  1. É isso, o amor fortalece o espírito e nos mantém de bem com a vida. É gratificante manter esse sentimento sempre vivo, em nosso dia a dia.
    Parabéns pela matéria.
    bjs.

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  2. Acho que a Veja confundiu a consequência com a causa. Os laços afetivos estão muito acima, e vêm de muito além, para ser explicados por simples bioquímica.

    A ciência pode dizer o que quiser, mas o amor entre mãe e filho (e todas as formas) já existia antes de as moléculas se juntarem para formar aqueles corpos.

    Mas o seu texto é lindo... rs

    Beijo.

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