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Tomando chuva sem pensar


Um amigo meu me sugeriu, agora há pouco, que enquanto ele assistisse a um episódio de uma série, eu escrevesse um post novo. Como se fosse fácil igual a tomar água, buscar um doce na geladeira ou abrir a janela. Pode?
Até poderia tentar se eu tivesse assunto. Mas meu pensamento não tem me levado a algo interessante. 
Dia desses fui visitando blogs amigos e fui me perdendo pelos links dos amigos dos amigos, e quando vi, nem sabia mais como havia chegado ali. Cheguei em um texto cuja autora dizia estar sem inspiração para escrever naquele dia e foi escrevendo, mesmo não sabendo o que escrever. 
Será que o problema está em como começar? Eu até vim aqui conforme meu amigo falou e, como a tal moça, não sei sobre o que escrever. Falar sobre o quê? Nada me ocorre... Eu poderia falar das Olimpíadas no Rio em 2016... Não... 
Bom, eu poderia escrever sobre meu dia, sobre trabalho, algo sobre a primavera que agora realmente chegou. Dias quentes e bonitos, mais cor, mais beleza e chuva no fim do dia. Chuva... Ah, hoje cheguei da minha caminhada diária antes que a chuva viesse com toda sua força. Ela foi boazinha comigo, pois ia deixando alguns pingos na minha testa me avisando para apertar o passo. E foi o que fiz. Cheguei sequinha, escapei dela. Pensando bem, com o dia quente que havia feito, seria até gostoso tomar uma chuvinha. 
Aliás, quando eu era menina, adorava andar devagar, quando a chuva me pegava de surpresa. Sempre imaginava que correr não me deixaria menos molhada, então, era caminhar e curtir. É, mas não foi isso que fiz hoje. Agora, já mais velha, pondero os fatos, penso que vai molhar a roupa e o tênis ou posso ficar resfriada, vão ficar me olhando; esses pensamentos que nos levam, muitas vezes, a acabar com algumas emoções interessantes. Deixamos de fazer o que nos dá prazer, porque, infelizmente, criamos motivos para tolher vontades, desejos, diversão, emoção. 
Estamos vivendo dias em que nada pode sair do planejado: o caminho, a hora, a roupa, enfim... a rotina. Ela, a rotina, faz com que deixemos de sentir pequenos prazeres que guardamos no bolso e deixamos lá, e um dia colocamos a mão e vemos que seria bom senti-los de novo. Eu deveria mesmo é, ao perceber os pingos na testa, ter andado mais devagar, só para a chuva me alcançar. Aliás, talvez tenha sido esse o recado dela com seus pingos. Teria feito algo bem diferente no fim do meu dia, sem pensar muito, sem me preocupar, sem ponderar... 
Deveria mesmo é lembrar daqueles tempos em que eu vinha devagarzinho debaixo de chuva. E era muito bom! Pensar nisso tudo me fez até refletir melhor no que vamos deixando de fazer... E no final das contas, olha só, até escrevi um post! Vou mostrar pro meu amigo.

Comentários

  1. Oi Rita... adorei isso... viajar pelo seu pensamento... huma experiência ecantadora.
    Toda idéia sempre começa como huma folha em branco. E a maioria de nós se sente intimidada diante dessa folha. Mas o pensmento flui... e, sem perceber, a idéia já está germinando...
    E a sua chegou a hum ponto muito interessante... me fez viajar no tempo e me lembrar de dias inconsquentes, quando huma caminhada na chuva era huma agradável aventura... saudade disso... saudade de ser isso.
    Obrigado por me fazer lembrar!
    Hum beijo grande!

    P.S.: Tenho certeza que seu amigo ficou muito feliz quando vc contou... ;)

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